Novos inícios
Vivemos tempos que sugerem novos inícios, começar de novo. Seja um negócio, seja um relacionamento (com outro ou connosco próprios), seja um hobbie ou até quem sabe novas amizades ou uma busca espiritual que agora surge como aparentemente inevitável.
Cada um de nós estará, por estes tempos, a Viver um novo começo numa área de vida em particular. Ou até em mais do que uma área de vida em simultâneo.
A pandemia e o confinamento exacerbam estes movimentos. Sim, é global esta inevitabilidade da mudança, sempre o foi. A vida é impermanente e a única constante é a constante mudança. Nestes tempos actuais notamos mais, é mais evidente e claro que assim o é. E porquê? Por tantas razões! E uma delas é porque parámos e reparámos mais que assim o é.
Mudar é imperativo. Inevitável. E de uma forma cada vez mais evidente e (idealmente) consciente. Com a mudança vem a novidade e o inicio de ciclos, o que implica também o fim de ciclos. Como é possível receber o novo sem entregar o velho?
Olhemos para a natureza, a maçã cresce no ramo da macieira onde amadurece e de onde cai, o que permite através da sua decomposição presentear a terra com a semente que vai trazer à vida uma nova macieira.
Porque é tão difícil para o Ser Humano, ou para a sua maioria pelo menos, de lidar com a mudança? Porque lidar com o inicio de ciclos é lidar com o fim de ciclos. A um nível do nosso inconsciente, o fim de um ciclo é o equivalente a uma morte. Então, a mudança implica morte!
Urge ressignificar esta morte! É a morte da maçã que vai gerar outra macieira! É a morte inevitável que, ao ficarmos agarrados aquilo que já não é, não permitimos que o novo se apresente na Vida. E, se nos agarramos ao velho e ao que já não é, definhamos juntamente com uma memória de uma realidade defunta.
O terreno está fértil! O terreno está muito receptivo às sementes que plantamos. Tenhamos a coragem e a maturidade de permitir que o velho se decomponha e saibamos respeitar esse movimento.
Hugo Machado
[…] Se temos os mesmos comportamentos de forma consistente vamos ter constantemente os mesmos resultados. Se esses resultados não nos satisfazem, temos que mudar o comportamento. […]